Há gente ‘de fora’ na sala do pequeno-almoço. Parece que se juntam para tratar de negócios, são muitos, gente local misturada com americanos, uma mescla de raças e de prenuncias. Todos de fato e gravata. Um americano, nativo de cor, que faz lembrar um jogador de basket, veste um fato azul-escuro 10 vezes o seu tamanho, que já por si era grande, senta-se com os cotovelos apoiados nos joelhos, enquanto come um iogurte, leva a cara à colher que mantinha mesmo acima do iogurte com medo de pingar, mais além estava um americano genuíno, loiro de olho azul, pele clara, veste fato bege, gravata bordeaux e sapato castanho claro de atacadores, pontiagudos, daqueles para matar baratas no canto da sala… come uma sanduíche, que fez à pressa, abriu o pão com as mãos e enfiou para lá duas fatias de queijo e outras duas de fiambre, agora mastiga de boca aberta, consigo ver-lhe as amígdalas. Come à pressa e sem maneiras, faz conversa, enquanto mastiga energeticamente, com uma nativa, muito arranjadinha, está bem vestida, não fosse os chinelos a denunciarem a sua origem, inconfundível com uma mulher local. Ela, com cerimónia, come um pedaço de pão, dá pequenas dentadas e come de boca fechada enquanto ouve o americano, certamente não lhe vê as amígdalas, ou talvez visse, e por isso comia com cerimónia, agoniada com a visão que, obrigatoriamente, tinha. Depois do pequeno almoço, calçou umas sandálias com uns saltos fininhos e juntamente com o americano juntaram-se ao grupo mais alargado de ‘yupis’. Coitados…. Com este calor e de fato… e eu a tomar o meu pequeno almoço de chinelos e bikini, já com o bronzeador posto para ir, de seguida, para a piscina, observava-os com um sorriso, que bom estar de férias!