É mais forte do que eu… tenho que descarregar práqui em jeito de longa rapidinha esta minha indignação sobre a raça humana. ‘Eu quando me julgo não sou ninguém, mas quando me comparo’…. disse alguém muito sábio, com toda a certeza uma pessoa muito (bem) vivida e conhecedora da estirpe humana mais grosseira e igualmente básica, e eu convencidamente identifico-me com este sábio dizer.
Existem seres que me repugnam pela tremenda falta de noção dos princípios básicos da humanidade.
Há uns tempos houve uma criança, salvo erro chamava-se Marta, que sofria de uma leucemia fulminante e precisava urgentemente de uma transfusão de medula óssea. Houve vários apelos para se ir doar medula ao IPO e vários centros de recolha abriram propositadamente para recolher sangue das pessoas, caridosas, que quisessem ir doar. Os requisitos eram poucos e bastava uma recolha de sangue para se entrar no universo dos dadores de medula. Nada propriamente muito difícil. E para quem gosta de praticar o bem, de uma forma geral, é peanuts, existirá caridade mais simples e menos penosa que doar medula óssea? Não custa mesmo nada, e a pessoa fica a sentir-se bem por ter doado, quer dizer, por ter entrado no universo do potencial dador. É egoisticamente gratificante fazer parte desse universo.
Mas existem seres, que supostamente deviam ter os tais princípios básicos da humanidade (tipo: não matar, respeitar o próximo, tratar os outros como gostaríamos de ser tratados e ade, ade, ade) e eis que surpreendentemente falham nestas coisas simples e tão fáceis de se ser bom. É tão fácil ser-se caridosa, tão fácil entregar um vidrinho de sangue para possivelmente salvar uma vida, mas há seres que optam por não o fazerem. ‘Córror, credo, doar a minha medula a alguém que eu nem conheço, córror’ é quase incompreensível, mas é verdade. Eu assisti. Ninguém me contou. Eu ouvi na 1ª pessoa e fiquei surpreendida. Não, surpreendida ficava se visse uma vaca a voar, fiquei indignada. É isso, indignada. Como é que as aparência enganam nestas pequenas coisas básicas de se ser civilizado, de se ser gente.
Devia ser obrigatório doar medula. Tipo recenseamento. É obrigatório o pessoal que atinge a maioridade recensear-se e doar medula (ponto). Era isso era. Quais pedidos quais quê… era logo, na junta de freguesia, havia um posto de recolha de sangue para dadores de medula. Já estava. Não havia credos, nem córrores nem nada disso. Era uma cena obrigatória e punível com prisão mínima de 6 meses. Seis mesinhos na choldra e vais ver se não doavas já a medula, até davas o braço direito é o que era…
E para finalizar o meu desabafo, deixo-vos (a vocês seres desprezíveis e básicos) um aviso: é que o peixe morre pela boca e what goes around comes arround e em bom tugólês cá-se-fazem-cá-se-pagam, e seria cómico, não fosse trágico, esse ser rudimentar AKA indígena, ignóbil, reles, vil e miserável, vir a precisar de uma medulazinha e não ter… pois não temos pena.
Devia ser obrigatório devia.