- Podes ajudar-me numa coisa?
- Agora não dá, tou a acabar uma coisa importante.
- Áh oquai…….
(amuos e trombas….)
Passam-se 15 minutos…
- Diz-me, o que é que precisas?
- (sem tirar os olhos do computador) deixa estar, já não é preciso.
(amuos e trombas…)
Eu diria uns 500 anos, 500 anos seriam, talvez suficientes, para nós, adultos, atingirmos uma espécie de maturidade emocional…. É que isto de sermos adultos aos 18 anos tem muito que se lhe diga… Sermos considerados adultos e sobretudo pessoas responsáveis e com poder de decisão sobre a nossa vida e até termos o direito ao voto, a mim, sinceramente faz-me alguma confusão.
Mas se vivêssemos 500 anos, votaríamos lá para os 100, vá 80… assim quiçá teríamos a maturidade para escolher um politico de jeito (se é que isso existe), ah e para se ser politico daqueles que se podem candidatar e coiso, teriam de ter, pelo menos, uns 250 anos. Antes disso podiam apenas estudar e trabalhar. Trabalhar muito. Sim, porque neste meu mundo da vida de cinco séculos, para se ser presidente da república ter-se-ia de se ser auto-financiado, assim, a contar pelo que em média costumam gastar nas ditas campanhas eleitorais, teriam de dar ao cabedal ai uns 200 aninhos. Sim não havia cá apoios, nem patrocínios independentes e tal….
É que não estou a ver ninguém com mais de 100 anos (adulto portanto) a financiar um partido de malandros… pois isso é coisa para crianças, as mesmas que amuam e que põem trombas e tal… isso tenderia a desaparecer lá para os 100 anos, e lá para os 250 podíamos tornar-nos em adultos, maduros e resolvidos (acredito que, ainda assim, haveria pessoas mal resolvidas aos 250 anos, mas menos…. muito menos).
É que nos dias de hoje, vivemos uns 80 anos. É imensamente pouco. Morremos sem crescer… ou temos que crescer muito depressa, depressa e mal. Estamos sempre a ‘lutar’ contra o tempo. O tempo passa-nos com uma birisca que nos desassossega. Não chegamos nunca ao estado do descanso, do dolce far niente, andamos sempre abrir… e depois quando atingimos a bendita idade de ouro com a pequena reforma morremos. É demasiado rápido para se tirar o devido proveito. Para se aprender. Para se crescer.
Eu gostava de viver tanto tempo quanto leva um saco de plástico a deteriorar-se (muito embora não entenda porque é que tanta gente se preocupa com isso, os sacos de plástico do continente dizem ser ‘biodegradáveis’… vá se lá entender estas cenas…. Se vivêssemos 500 anos logo víamos se a cena era mesmo bio ou se demorava tanto quanto aos outros plásticos ditos ‘normais’) …