"Dance like no one is watching, love like you'll never be hurt, sing like no one is listening, and live like it's heaven on earth."- William Purkey
21
Out 11
publicado por Muito Mais Branco, às 10:53link do post | comentar | ver comentários (2)

Exmos. Senhores,

ONEY

 

Lisboa, 21 de Outubro de 2011

 

ASSUNTO: CARTÃO JUMBO – CONTRIBUINTE XXXXXXXXX

 

 

Recebi um sms vosso para o meu telemóvel (XXXXXXXXX) o qual me surpreendeu sobremaneira. O sms estaria a cobrar-me 5,20€ da ‘não utilização do cartão JUMBO’.

 

Ainda mais surpreendida fiquei uma vez que não utilizo o cartão JUMBO desde 2004… Já nem sequer o tenho…

Assim, gostaria de perceber se o que me estão a pedir para pagar é pela ‘não utilização do cartão’ ou se é alguma ‘esmola’, para não chamar outro nome menos simpático, pois é no mínimo estranho que me estejam a cobrar agora um valor sobre um produto/serviço que eu não utilizo há 7 anos…

 

Não vou pagar 1 cêntimo porque não concordo com a divida que vocês dizem que eu tenho para com o JUMBO.

 

Acho um abuso de confiança e até soa a vigarice pois não é admissível que eu seja incomodada com estes assuntos quando deixei de ser cliente JUMBO há 7 anos.

 

Mais informo que devem proceder imediatamente ao cancelamento do contrato que dizem ainda estar activo, apesar de eu só ter tomado conhecimento disto 7 anos depois, mantendo eu o mesmo número de telefone que tinha aquando da elaboração do contrato. Só 7 anos depois é que me contactam, será da crise?

 

Sinto-me incomodada com isto e sobretudo sinto que me estão a querer ir ao bolso pois devem pensar que por quantias tão pequenas as pessoas, na sua maioria, preferem pagar e calar para não se chatearem, mas comigo não têm a mais pequena sorte.

 

Agradeço que tomem as diligências necessárias e não me voltem a incomodar.

(AHHHH e desta vez não tive problemas na forma como me despedia, nem duvidas... não me despedi - ponto -)

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Out 11
publicado por Muito Mais Branco, às 15:44link do post | comentar

  

 

 

Olá gentes,

 

Pois que devo ser uma anormal devo. Ou então não…

Há duas coisas que me deixam confusa, quer dizer há muito mais, mas estas fazem-me duvidar da minha sanidade mental…

Será que sou só eu que:

 

(1) Não entendo como é que é suposto as pessoas se cumprimentarem num e-mail, se é simplesmente ‘Bom dia Maria’ ou se deve ser ‘Cara Maria’ ou antes, ‘Exma. Sra. D.ª Maria’, ou ainda, ‘Exma. Sra. Dra. Maria’ e ainda há a versão jurídica do ‘Ilustre Colega, Exma. Senhora. Dra. Maria’ e mais numa versão académica ‘Exma. Senhora Professora Doutora Maria’ – estas versões são pralá de cansativas. Eu tenho imensa dificuldade em perceber quando posso usar um tipo de saudação ou outro. Deve ser por ter estudado em Inglês em que é sempre invariavelmente ‘Dear Sir’ OU ‘Dear Madam’ – quando não se conhece e ‘Dear Mr. José’ OU ‘Dear Ms. Maria’ – quando se conhece, e ponto. Quais dê éres ou coisa que o valha… dê éres em Inglês são os médicos. Será possível padronizarmos a coisa de uma forma simples, para que quando vá enviar um e-mail saiba logo como me dirigir à pessoa. E desengane-se quem acha que um ‘Bom dia Maria’ nunca poderia ser levado a mal. Pois… é que há gentinha que fica pralá de ofendida com o simpático (achava eu) ‘Bom dia Maria’… é que a bem ver o ‘Bom dia Maria’ é uma saudação amável e só gente mesquinha é que pode levar tal saudação a mal. Já o ‘Ilustre Colega, Exma. Senhora. Dra. Maria’, linguagem usada entre advogados (que são uma espécie à parte) é algo surreal e difícil de encaixar nesta minha maneira espontânea de ser, vai na volta é por isso que não sou advogada …

 

O mais surpreendente é que depois o Ilustre blá blá blá vêm muito educadamente mandar uns aos outros à merd@... Onde é que fica o tão ilustre, notável e distinto colega? É isso. Ahhhhh ainda me faltou os que não se cingem ao primeiro nome e vai de pespegarem com os apelidos e tudo, então a coisa fica mais ou menos assim ‘Ilustre Colega, Exma. Senhora. Dra. Maria Pereira de Morais Carneiro, recepcionámos a sua carta, a qual mereceu a nossa melhor atenção, contudo devido ao teor da mesma, compete-me informar a Ilustre Colega, que ficou unanimemente decidido, com o devido respeito, indicar que meta o extintor, que certamente estará pendurado numa das paredes do seu Ilustre escritório, salvo erro naquela entre o quadro do Picasso e a escultura de Rodin, no seu olho, aquele que nunca viu o sol’ ora bem são 78 palavras gastas, quando poderia ser algo tão simples quanto ‘Bom dia Maria, relativamente à carta que nos enviou, vá mazé levar no cú’ e com 14 palavrinhas a coisa tá feita. Não entendo todos os éffes e érres quando no fundo a coisa é mesmo brega, seja em que formato for.

 

(2) Também não entendo como é que as pessoas se despedem nos e-mails, embora esta questão seja muitíssimo mais simples do que a parte da saudação, porque o cumprimento sem todos os dê érres é coisa para ser considerado bastante insultuoso, já a despedida, como não carece desses títulos a coisa corre invariavelmente melhor. Contudo há o clássico ‘Melhores cumprimentos,’ ou ainda o ‘Atentamente’, há o vulgo ‘Obrigada,’ que quando se torna mais corriqueiro passa a ‘Obg,’ e há o meio atrevidote ‘Beijinhos,’.

 

Este ultimo para ser usado com muito cuidado, porque pode ser considerado demasiado íntimo para as relações profissionais, embora possa haver essa abertura, normalmente para as mesmas pessoas que não levam a mal o cumprimento pelo simples ‘Bom dia Maria’. Enfim é uma questão de bom senso. O problema põe-se quando não se sabe ao certo se o ‘beijinhos,’ é encarado numa de ser amável e numa tentativa de aproximação e portanto joga a nosso favor, ou se é encardo numa de ‘olha olha, está já me manda beijinhos, quem é que ela pensa que é’, por isso em caso de duvidas o ‘obrigada’ serve perfeitamente. Em inglês, lá está, a coisa é muito mais simples. Jamais se despede de alguém com ‘Kisses’… Utiliza-se o ‘Best regards,’ ou numa simpátia extrema o ‘Kind regards’, e depois com a continuação passa a ‘B. rgds,’ e já tá.

 

Outra coisa que me deixa intrigada na altura da despedida é o cartão-de-visita que vem por baixo, e que normalmente contém o nome da empresa, o cargo e os contactos e vá, a pagina da internet também. E isso basta. Pensava eu. Mas é cómico ver um cartão-de-visita como descrevi em cima, em que depois encontramos uma indicação toda avan-garde e que fica sempre bem tipo ‘pense no ambiente antes de imprimir este e-mail’ e depois segue-se uma lista interminável dos vários prémios que aquela empresa já ganhou, tipo ‘Melhor empresa para trabalhar no ano 2010’; ‘Troféu melhor amigo do ambiente’, e por ai fora…. cómico…. to say the least. Para não falar nos logos às cores e dos twitters e facebooks e outras indicações que sempre contribuem para a imagem que a empresa quer passar.

 

E com isto vou-me, é 6ª e eu despeço-me de vocês com o desejo de que passem um bom fim-de-semana (muito utilizado também para despedidas nos e-mails às 6as)

 

Fui! 

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Out 11
publicado por Muito Mais Branco, às 15:21link do post | comentar

 

tandem 744

 

 

Estamos nós, o Z. e eu prontos para iniciar a excursão que nos ia levar ao suposto berço da humanidade, à ‘cidade da paz’, como ironicamente era inicialmente chamada, hoje em dia, vulgo Jerusalém, sentados no autocarro, algures em Tel-Aviv, a aguardar. Tínhamos acordado pra lá de cedo, e estávamos, 2 horas depois à espera. Esperávamos tudo, menos o que acabámos por encontrar.

 

Longe estávamos nós de imaginar que a ‘cidade perfeita’, era exactamente isso, perfeita. Perfeita na harmonia das ruas, na riqueza dos materiais usados, na beleza dos templos, igrejas e sinagogas, nas cores neutras e ocres, equilibradas entre outras mais vibrantes, como uma orquestra de paredes de pedra polida ou de pedra madeira, em que tudo era construído, transmitindo uma sensação de mansidão visual, sem choques de falta de planeamento urbano, como estamos nós, Tugas, habituados a ver pelo burgo.

 

Perplexos com a beleza dos mosaicos, naquele ‘labirinto’ ordenado e de certa forma unido, ligado por um Deus que se sente a pairar sobre nós, omnipresente, mesmo para os não crentes, como eu, e, com a certeza que estávamos perante uma terra que tinha tanto de sagrado como de opulento. As multidões cercavam o muro das lamentações, numa tentativa frustrada de pertença. Nós não pertencíamos ali. Por muito respeito, muito recato, e muita abstinência nos sinais exteriores de riqueza que pudéssemos abraçar, nós éramos significativamente diferentes. E era essa diferença tão sentida que nos chocava sobremaneira. A diferença cultural era um poço sem fim, excessivamente atraente e ao mesmo tempo demasiado sufocante.

 

Mas enquanto estávamos na expectativa, à espera, sentados no autocarro arejado e fresco, antes de iniciarmos a excursão, estava um casal americano de meia-idade com uma filha nos seus vintes loira e enxurrada de adornos dourados, como se para um baile de finalistas brega fosse, mas que nos proporcionou momentos de risota pegada. Elas, apesar de típicas americanas, percebemos nós, tinham origem russa, pelo que fruíam de um corpo elegante, e nisso, só nisso, destoavam das vulgares americanas, em tudo o resto eram iguais. O sotaque, o ar superior e altivo com que miravam o guia e o motorista, o jeito arrogante e pespineta com que faziam questão de se exibir, eram em tudo puras americanas, vinham de shorts e tank-tops, alias, vestimenta muito apropriada para quem vai visitar um local sagrado.

 

Muito pelo contrário, o marido, era um cool, não estava nem ai para elas. Deixou-as sentarem-se ao lado uma da outra, e ficou pacatamente no banco ao lado. Em toda a excursão manteve um charuto apagado no canto da boca, que tirava apenas para falar.

 

O Z. e eu estávamos sentados mesmo atrás das americanas. Enquanto esperávamos o autocarro arrancar, eram muitas excursões, e por isso a coisa levou um certo tempo, elas estavam furibundas, fartas de esperar e indignadas com a ‘falta de organização’ típica de quem nunca organizou nada.    

 

Mãe histérica para o Pai zen: ainda estamos a tempo de desistir, pedimos o nosso dinheiro de volta, e temos um seguro que nos permite ter um reembolso do que pagámos, e podemos ir depois com um guia particular em vez de estarmos aqui neste autocarro imundo e a cheirar mal, sem condições nenhumas! Parece incrível, isto não se faz, nós pagámos e estamos à espera há séculos, e está tudo mal organizado, eu por mim cancelava já isto e accionava o seguro, não achas? (pergunta à filha, a filha diz que sim com a cabeça) É que estamos aqui à espera, e sinceramente eles estão a tratar-nos como lixo, não merecemos este tipo de tratamento. Temos um seguro de viagem que basta um telefonema para accionar, e não nos custa nada….(e continuou ad nauseam, qual disco riscado), CREDO como é que é possível…

 

O Z. e eu assistíamos à fúria da americana, atónitos, mas ao mesmo tempo encantados, pois lá nos íamos rindo do episódio. É que ela estava a ter um ataque de fúria, e ele, o pai, estava completamente blasè sem ligar a mínima, com um ar pacato e tranquilo, como se não a estivesse a ouvir.

 

Bom, definitivamente não era caso para tanto… Sim estávamos à espera, eram muitas excursões, mas estamos de férias…. Estávamos confortáveis, o autocarro tinha ar condicionado, okay, não era o último grito dos modelos de autocarro, e era com toda a certeza bastante mais pequeno do que os comuns autocarros americanos, mas era razoavelmente bom para estarmos cómodos e sem stress a aguardar.

 

Mas ela não tinha travões, continuou: sim, porque temos o seguro e podemos accioná-lo. Eu por mim ia-me já embora! Este autocarro é pequeno, desconfortável, sujo e está todo encardido…


Nisto o pai parece que ganha vida e diz: Sempre é melhor que a casa da tua mãe…


O Z. e eu não conseguimos conter a gargalhada que fingimos ser de qualquer coisa que vimos na rua.

 

Mas inteligente, muito inteligente, ou então conhecia muito bem a mulher que tinha, pois com esta ela ficou-se e nem mais uma palavra sobre o suposto autocarro imundo.

 

E foi assim que começou a nossa ida.

 

Já em Jerusalém, deram-lhes umas saias e uns lenços para cobrirem as pernas e os cotovelos, mas elas estavam mais interessadas em fazer compras do que aproveitar o que a cidade tinha para oferecer.

 

O pior cego é aquele que não quer ver.

 

Tão poucachinas que elas eram, credo!


11
Out 11
publicado por Muito Mais Branco, às 14:17link do post | comentar

 

 20111011_bloge 2

 

 

Ontem na cama antes de adormecer, começa a lengalenga do costume.

 

Ela: Óh mãeeeeeeee….

 

Eu: UquiÉ???

Ela: FICÁQUI… (e choraminga, ou ameaça que vai chorar, sei lá)

 

Eu: Bemmmmm o que é que se passa??? Vais fazer 8 anos, não dá para birras nem para te portares como se tivesses 5, não achas?

(e viro costas, saiu do quarto)

 

Ela: mãeeeeeee (e arrasta a voz com choro no final)

 

Eu tenho que decidir: quem manda? Sou eu. Então I’ll stick to the plan. E o plano é: eu é que mando. E portanto ela bem pode choramingar que EU não vou lá….

 

Começo a contar muito devagar 1, 2, 3 (…) 10, 11, 12. O choraminganço passou a choro…. 13, 14, 15, (…) 20, 21. Hesito… Começo a sentir receio que os vizinhos chamem a polícia por suspeita de violência doméstica, pois o choro já começa a entrar em decibéis muito pouco aconselháveis para aquela hora da noite.

 

Entro no quarto com a cara número 36.

 

Eu: É MELHOR CALARES-TE PORQUE SENÃO OS VIZINHOS CHAMAM A POLICIA PARA TE PRENDEREM, PORQUE A ESTA HORA NÃO SE PODE FAZER TANTO BARULHO!!!

 

(ela cala-se, intrigada e meia assustada)

 

Ela: tá bem mãe, eu calo-me mas porque é que tu estás a gritar comigo?

 

Eu (sento-me na beira da cama e ponho o meu ar mais calmo): filha, é assim: quando tu escolhes o comportamento tu escolhes a consequência. Se choras e fazes birra, escolhes um comportamento mau, logo irás ter uma consequência má, que é eu gritar contigo. Se não chorasses e me pedisses para ficar um bocadinho aqui a dar-te miminhos estarias a escolher um bom comportamento e terias uma boa consequência, eu ficaria a dar-te miminhos, compreendes?

 

Ela: sim, um bom comportamento tem uma boa consequência e um mau comportamento tem uma má consequência.

 

Eu (credo, foi tão fácil…): isso mesmo filha!

 

Ela (pensativa): não, não…. nem sempre é assim…

 

Eu: não?

 

Ela: não! Então imagina que há um gato no tecto, e ele está a cair, e eu vou a correr salvá-lo mas tropeço e caiu, e o gato cai no chão e morre. O comportamento era bom, mas a consequência foi má… eu escolhi um comportamento bom: salvar o gato, mas a consequência foi má: ele morreu

WTF??? HELP!!!!


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