Nós, as fêmeas somos complicadas.
Quando começamos a crescer iniciamos esta nossa característica que embora atenue ligeiramente com a idade (ou não), preenche-nos a maior parte da adolescência e vida adulta. Começamos por complicar a nossa aparência, passamos por cortes de cabelos difíceis, pomos-lhe cores estrambólicas e iniciamos modas estranhas onde nos baralhamos com as marcas os penteados as roupas e afins, enquanto nos atulhamos de exacerbados complexos físicos que ninguém entende, nem mesmo nós. Depois complicamos as histórias, evidenciamos as partes complexas e complicamos mais um pouco, até que nem nós próprias entendemos muito bem o conteúdo. Temos argumentos emaranhados e falamos em línguas desconhecidas, daí a dificuldade que sentimos em nos fazer entender, pois nem nós nos entendemos a maior parte das vezes. Analisamos profundamente até ao limite do complicómetro tudo o que é dito e feito, concluímos infinitas vezes acerca do real significado daquela palavra, daquele olhar, daquela forma de caminhar, da gargalhada, do sorriso, tudo é revisto e analisado e complicado. Na nossa cabeça fazemos filmes, qual David Lynch qual quê… de tal forma articulados e confusos que não têm principio e muito menos um FIM, recorremos frequentemente aos filmes anteriores para tentarmos entender os filmes actuais, acrescentamos pontos que nos fazem imenso sentido, baralhamos as situações, e complicamos mais um pouco. Há quem diga que somos complicadas para justificar o facto de não nos compreenderem, mas é assim ser-se mulher.
Eles, machos são simples. Não, não me vou por aqui a complicar sobre os homens…